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Confira a atividade de Literatura sobre Parnasianismo, elaborada para o Ensino Médio, com gabarito e alinhada à BNCC. Pronta para usar com tudo para sala de aula.
O Parnasianismo marcou a literatura brasileira no final do século XIX, defendendo a arte como resultado de disciplina, rigor técnico e perfeição formal, o famoso lema “arte pela arte”. Essa proposta se opôs ao sentimentalismo romântico e aproximou a poesia de uma visão quase científica da criação artística.
Nesta atividade, o estudante é convidado a compreender esse contexto histórico, analisar poemas emblemáticos de autores como Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, e reconhecer como a forma, a linguagem e o conteúdo refletem o pensamento da época.
O objetivo é desenvolver a leitura crítica e estética dos textos, relacionando-os com o cientificismo, o positivismo e a mentalidade burguesa do período. Além disso, busca-se estimular o aluno a perceber a construção da beleza poética como resultado de trabalho e técnica, e não apenas de inspiração. As questões propõem interpretação, comparação de estilos e análise das estratégias argumentativas e intertextuais, em consonância com as habilidades da BNCC.
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Questões
1) Explique como o lema “arte pela arte” sintetiza o ideal parnasiano e o diferencia das correntes literárias anteriores, como o Romantismo. Relacione essa concepção à visão de mundo da época.
2) Assinale a alternativa que apresenta uma característica não condizente com o estilo parnasiano:
a) Culto à forma e à perfeição estética.
b) Valorização da impessoalidade e objetividade.
c) Subjetivismo e expressão emocional intensa.
d) Linguagem elaborada e descritiva.
3) Leia o poema “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira, e analise o uso da metalinguagem. Explique como a forma e o tema se articulam para revelar o ideal estético do movimento.
Vaso Grego
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
4) A postura estética dos parnasianos, diante da realidade social do século XIX, pode ser definida como:
a) Engajada e crítica, voltada para as desigualdades sociais.
b) Indiferente e voltada à contemplação da beleza formal.
c) Romântica e idealizadora da natureza.
d) Experimental e fragmentária, como no Modernismo.
5) Compare o poema de Olavo Bilac com o de Álvares de Azevedo. Explique como cada autor constrói a ideia de beleza e sentimento segundo a estética de seu tempo.
| Adeus, meus sonhos! Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! Votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto, E minh’alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já não vejo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores Álvares de Azevedo | Língua Portuguesa Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura; Ouro nativo, que, na ganga impura, A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela, E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceanos largos! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!" Olavo Bilac |
6) Sobre o contexto histórico do Parnasianismo, é correto afirmar que:
a) Surge em meio ao otimismo científico e ao avanço industrial.
b) Representa uma reação à simplicidade e à crítica social do Realismo.
c) Valoriza a espontaneidade e a imaginação como fontes de criação.
d) Antecede o Romantismo e influencia o Arcadismo.
7) Muitos críticos consideram o Parnasianismo um movimento “frio” e “distante”. Você concorda com essa visão? Argumente, considerando o contexto histórico e o propósito estético dos autores.
Leia o poema "A um poeta" de Olavo Bilac para responder as questões 8 e 9:
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, no silêncio e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica, mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
8) No poema “A um Poeta”, de Olavo Bilac, observa-se a defesa do ideal estético parnasiano. A partir da leitura, é correto afirmar que o eu lírico:
a) Considera que o poeta deve se afastar do mundo para produzir arte perfeita e refinada.
b) Valoriza a espontaneidade e a emoção como essência da poesia.
c) Critica o rigor técnico e a busca pela forma ideal na criação literária.
d) Defende que a beleza poética surge apenas do sofrimento e da dor humana.
9) Explique de que forma o poema “A um Poeta”, de Olavo Bilac, expressa os princípios estéticos do Parnasianismo. Aponte elementos da linguagem e da estrutura que revelam a busca pela perfeição formal e pela “arte pela arte”.
10) Explique de que forma o Parnasianismo dialoga com o cientificismo e o positivismo do século XIX. Aponte exemplos de como esses ideais aparecem na estrutura ou na linguagem poética.
Habilidades trabalhadas
| Código | Descrição |
|---|---|
| EM13LP01 | Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/ escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações. |
| EM13LP04 | Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas. |
| EM13LP05 | Analisar, em textos argumentativos, os posicionamentos assumidos, os movimentos argumentativos (sustentação, refutação/contra-argumentação e negociação) e os argumentos utilizados para sustentá-los, para avaliar sua força e eficácia, e posicionar-se criticamente diante da questão discutida e/ou dos argumentos utilizados, recorrendo aos mecanismos linguísticos necessários. |
Gabarito da atividade de Parnasianismo
Atividade 1:
O lema “arte pela arte” representa a valorização da forma perfeita e da beleza estética acima de sentimentos ou engajamentos sociais. Diferencia-se do Romantismo, que priorizava emoção e subjetividade. Reflete a visão racional e científica do fim do século XIX, quando a arte buscava imitar o rigor e a precisão das ciências.
Atividade 2:
Alternativa c.
Atividade 3:
O poema “Vaso Grego” revela o ideal parnasiano ao tratar a criação poética como arte lapidada, comparável a uma escultura. A metalinguagem aparece quando o poeta fala do “lavor da taça”, metáfora para o trabalho minucioso do artista. A beleza resulta da técnica e da forma perfeita, não da emoção espontânea.
Atividade 4:
Alternativa b.
Atividade 5:
Em Álvares de Azevedo, a beleza está ligada à emoção, à dor e ao sentimentalismo — marcas do Romantismo. Em Bilac, a beleza é racional, medida e trabalhada como um objeto artístico, revelando o ideal parnasiano de equilíbrio e perfeição formal.
Atividade 6:
Alternativa a.
Atividade 7:
Sim. O Parnasianismo pode parecer “frio” por valorizar a forma e o distanciamento emocional, reflexo de uma época influenciada pelo cientificismo e pela objetividade. No entanto, essa frieza expressa o esforço em transformar a arte em algo puro e universal, não pessoal.
Atividade 8:
Alternativa a.
Atividade 9:
O poema “A um Poeta” expressa o ideal de perfeição formal por meio da métrica regular e do rigor das rimas. O eu lírico aconselha o poeta a “teimar, limar e suar” para criar uma arte bela e natural, sem mostrar o esforço. A estrutura equilibrada reflete o lema “arte pela arte”.
Atividade 10:
O Parnasianismo dialoga com o cientificismo e o positivismo ao valorizar a razão, o método e o trabalho técnico como formas de alcançar a beleza. A poesia é construída com precisão, buscando ordem, clareza e equilíbrio, princípios semelhantes aos da ciência e da lógica positivista.
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